As eleições municipais deste ano no Ceará estão sendo marcadas por casos de violência, atingindo candidatos a prefeito e vereador em diversas cidades do estado. Dessa forma, as autoridades estão sendo levadas a investigar uma série de ocorrências que comprometem o processo eleitoral.
Caucaia
Em Caucaia, três dos quatro candidatos à prefeitura – Emília Pessoa (PSDB), Naumi Amorim (PSD) e Waldemir Catanho (PT) – relataram incidentes de violência durante suas campanhas. A equipe de Catanho sofreu um ataque recente nesta terça-feira (17/09), quando um veículo da campanha foi atingido por disparos enquanto instalava bandeiras no calçadão da Lagoa do Tabapuá.
Emília Pessoa registrou três ameaças até o momento. A mais recente envolveu a pichação de um muro com os dizeres “bala na Emília”. Em outra ocasião, em agosto, houve disparos de arma de fogo em frente à sua residência enquanto ela se encontrava em uma reunião política.
As investigações apontam que o grupo criminoso Massa Carcerária está por trás desses atentados. Além disso, um ato de sabotagem ocorreu em setembro, quando a agência de marketing da candidata teve o fornecimento de energia interrompido após o equipamento ser danificado.
Outro incidente violento foi registrado na campanha de Naumi Amorim. No dia 4 de setembro, durante uma caminhada no bairro Planalto Caucaia, disparos foram feitos contra apoiadores da candidatura.
Fortaleza
Em Fortaleza, o ex-vereador e candidato Márcio Cruz (PCdoB) denunciou ter recebido ameaças de integrantes de facções criminosas que controlam algumas regiões da cidade. Segundo Márcio, ele foi abordado por membros do Comando Vermelho, que o proibiram de fazer campanha em bairros como Padre Andrade, Jardim Iracema e Quintino Cunha.
Apesar das ameaças, o candidato mantém seu comitê aberto. No entanto, relata dificuldades em continuar a campanha.
Sobral
Em outro episódio de violência relacionado às eleições, a ex-governadora do Ceará e atual candidata à prefeitura de Sobral, Izolda Cela (PSB), foi alvo de ameaças feitas por um homem com antecedentes criminais. O suspeito foi preso em setembro, após publicar mensagens intimidatórias contra a candidata nas redes sociais. A Polícia Civil segue investigando o caso.
Forças de Segurança
Frente a esse cenário, o secretário de Segurança Pública do Ceará, Roberto Sá, afirmou que há um esforço coordenado entre as forças de segurança estaduais e federais para coibir a interferência de facções criminosas no processo eleitoral. Durante uma reunião com o governador Elmano de Freitas (PT), o titular da pasta destacou que a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Ministério Público e a Justiça Eleitoral estão atuando de forma integrada para garantir a segurança de candidatos e eleitores, além de proteger o direito ao voto livre e democrático.