Na jornada do professor, a formação continuada tem se mostrado um caminho de valorização, novos repertórios e conquistas. É o que se pode observar em relatos de educadores da Rwede Municipal de Ensino de Fortaleza, que vivenciam diferentes formatos de capacitações nos últimos anos. Neste Dia do Professor (15/10), conheça histórias de docentes das escolas municipais que fazem a Educação de Fortaleza um destaque no Brasil.
Quem ensina sabe bem o valor da educação. Após mais de 20 anos de formada em Pedagogia, Sheyla Mesquita não viu como obstáculo o tempo decorrido para voltar aos estudos. Professora na Escola Municipal Gabriel Cavalcante, no bairro Presidente Kennedy, ela lembra que esse sonho parecia distante até saber do Programa Observatório da Educação e ver a oportunidade de conseguir realizar a especialização. Após participar de seleção, Sheyla foi contemplada com uma vaga na Universidade Estadual do Ceará (Uece).
O Programa Observatório da Educação, lançado pela Secretaria Municipal da Educação (SME) em 2021, faz parte da política de valorização profissional de Fortaleza. A iniciativa oferece vagas para a realização de mestrado e doutorado, entre outras ações. Como um incentivo aos estudos de pós-graduação, o programa tem como público profissionais que compõem o quadro efetivo do grupo magistério nas funções de professor, supervisor, orientador educacional e técnicos em educação que atuam na SME.
O propósito do Observatório é desenvolver pesquisas científicas no âmbito da Rede de Ensino, procurando investigar como políticas, programas e projetos são implementados e de que forma eles repercutem no sistema educacional e no desempenho dos alunos. Ou seja, Sheyla e outros 853 professores beneficiados pelo programa tiveram como objetivo de pesquisa a própria realidade em sala de aula.
Sheyla conta que a jornada acadêmica proporcionou novos conhecimentos e atualização profissional, além da aprovação de um artigo científico na Universidade de São Paulo (USP) e a oportunidade de conhecer sociólogos reconhecidos. "Trabalho na Rede de Ensino há 23 anos. Sei que essa política é inédita. Terminei o mestrado em abril deste ano e foi uma grande realização. Esta pós-graduação abre portas como ascensão funcional, já que temos plano de cargos e carreiras, e, de forma direta, impacta na melhoria da qualidade da educação", avalia a educadora, que leciona na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Educação inclusiva
Do time dos educadores da Educação Inclusiva que faz de Fortaleza referência em inclusão está Ana Alice Coutinho de Araújo. Ela atua como professora há oito anos no Atendimento Educacional Especializado (AEE), na Escola Municipal Gustavo Barroso, no bairro São Gerardo. Ana reconhece que há desafios pela frente, mas acredita que as formações voltadas à inclusão são ferramentas essenciais para a qualificação dos professores e avanços na modalidade.
"Quando comecei a trabalhar no AEE, eu tinha 30 alunos com deficiências, hoje o número de estudantes que atendo quase triplicou. Sabemos que a Rede de Ensino cresceu muito em atendimento a este público. Para nós, professores, as formações são bem importantes. A mais recente está sendo oferecida pelo Projeto Vincular, focada na Educação Inclusiva. Está sendo uma formação muito rica em aprendizados", pontua.
Ana Alice citou uma novidade da política de formação dos professores da Rede Municipal de Ensino: o Projeto Vincular – Centro de Referência no Atendimento Multiprofissional de Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros Transtornos do Neurodesenvolvimento. Realizado em parceria com o Instituto da Primeira Infância (Iprede), o projeto contempla três eixos de atuação: atendimento multiprofissional a estudantes com TEA e outros transtornos; formação de mais de 11 mil profissionais e assessoria técnica para a implantação de ambiências sensoriais em todas as unidades escolares.
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