Depois do tumulto na final contra o Flamengo Justiça Desportiva interdita Arena MRV e manda Atlético-MG jogar em outro estádio e com portões fechados

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) determinou nesta terça-feira (12) a interdição da Arena MRV, estádio do Atlético-MG. O clube anunciou que vai recorrer da decisão, alegando que não teve direito de defesa.

Depois do tumulto na final contra o Flamengo Justiça Desportiva interdita Arena MRV e manda Atlético-MG jogar em outro estádio e com portões fechados
Foto: Reprodução 

A decisão do presidente do STJD, Luís Otávio Verissimo, atendeu a pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva (PGJD) após tumulto na partida entre Atlético-MG e Flamengo, válida pelo jogo de volta da final da Copa do Brasil no último domingo (10).

A interdição exige que o Atlético-MG realize seus jogos como mandante em outro estádio e com portões fechados. Segundo o STJD, o clube deve comprovar a implementação de medidas de segurança para o estádio ser liberado.

Em nota, o Atlético-MG lamentou o episódio e disse que vai trabalhar para a situação não se repetir. “Não vamos nos isentar de culpa, erramos e vamos assumir. Vamos implementar novas medidas, mais duras, para que isso não se repita dentro da nossa casa”, afirmou Bruno Muzzi, CEO do clube.

A Procuradoria citou arremessos de bombas, invasões de campo e uso de laser contra o goleiro Augustin Rossi, do Flamengo. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu um inquérito para apurar o crime. Outros dois artefatos foram atirados próximos dos jogadores Gonzalo Plata, autor do gol da vitória por 1 a 0.

O Atlético informou que já identificou parte dos infratores, que serão punidos pelo clube “de forma severa”. Segundo a direção, 16 torcedores foram conduzidos pela Polícia Militar, sendo que 12 foram detidos por conta de incitação de tumulto, ameaça e caso de injúria racial.

O fotógrafo Nuremberg Maria José foi atingido por uma bomba e sofreu fraturas e rompimento de tendões, segundo a Procuradoria.

A decisão do STJD baseia-se nos artigos 211 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O tribunal considerou que o Atlético-MG falhou em manter a segurança e que a interdição é necessária para evitar novos incidentes.

Na súmula da partida, o árbitro Raphael Claus aponta arremessos de copos e objetos no gramado, além de lasers nos olhos do goleiro. O jogo ficou interrompido por sete minutos. Após o fim da partida, um torcedor invadiu o campo, e outros tentaram invadir, levando à intervenção da Polícia Militar.

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