Segundo o MPCE, a união estratégica tinha como objetivo boicotar as ações do Sistema Penitenciário e exigir mudanças na administração das cadeias.
As facções criminosas Guardiões do Estado (GDE), Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecidas por sua rivalidade violenta nas ruas do Ceará, uniram forças dentro dos presídios do estado para planejar ações coordenadas contra o governo. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), com base em informações da Coordenadoria de Inteligência (Coint) da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP).
Segundo o MPCE, a união estratégica tinha como objetivo boicotar as ações do Sistema Penitenciário e exigir mudanças na administração das cadeias. Um relatório da Coint indica que, em outubro de 2023, os detentos começaram a organizar protestos e ataques para pressionar o titular da SAP, Mauro Albuquerque.
A investigação aponta que a movimentação foi articulada por meio de um “salve” – comunicação interna das facções – enviado entre membros presos e direcionado também à facção cearense Massa Carcerária. Um bilhete interceptado, em posse do detento Lucas Cândido, revela a estratégia: os detentos planejavam boicotar atividades educacionais e de trabalho nos presídios a partir de 2 de outubro de 2023.
No documento, os líderes das facções determinavam que “nenhuma atividade que beneficie a mídia do secretário atual” deveria ser realizada. Além disso, reivindicavam o aumento de itens nos “malotes” (kits enviados aos presos), separação de membros de facções em cadeias distintas e o retorno da visita íntima.
A união foi consolidada em encontros dentro dos presídios, como um banho de sol realizado em 12 de junho de 2023 na Unidade Prisional Itaitinga III. Estiveram presentes Adailo de Sousa Costa, líder da GDE, junto com Auricélio Sousa Freitas (‘Celim da Babilônia’), Francisco Régio de Sousa (‘Régis do Horizonte’) e Wanderson de Abreu Rocha (‘Véi’). Na ocasião, discutiram uma dissidência dentro da GDE e estratégias de cooperação.
A articulação das facções também repercutiu fora dos presídios. Familiares de detentos realizaram um protesto em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, no mesmo dia marcado pelo “salve” (2 de outubro), reforçando
ℹ️ Com informações: Site Caririensi
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