Em 2025, o presidente Lula terá indicado sete dos nove integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a taxa de juros

Imagem colorida de Lula gesticulando e segurando microfone
colorida de Lula gesticulando e segurando microfone - Foto: Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou, na noite dessa terça- feira (3/12), os nomes dos três indicados para assumir as vagas na diretoria do Banco Central (BC) ao Senado Federal. O despacho está no Diário Oficial da União (DOU).

Em 2025, o petista terá indicado sete dos nove integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic. Os demais diretores são remanescentes da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os indicados são:

  • Gilneu Vivan, na vaga de Otávio Damaso (Diretoria de Regulação);
  • Izabela Correa, na vaga de Carolina de Assis Barros (Diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta); e
  • Nilton David, na vaga de Gabriel Galípolo (Diretoria de Política Monetária).

Após a formalização das indicações, eles precisam ser sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), bem como ter os nomes aprovados pelo colegiado e pelo plenário da Casa Alta. A expectativa é de que a sabatina ocorra na próxima quarta-feira (11/12).

Caso as indicações sejam aprovadas pelo Senado Federal ainda em 2024, os três indicados passarão a exercer o cargo de diretor do Banco Central do Brasil a partir de 1° de janeiro de 2025.

Perfil dos indicados por Lula

Gilneu Francisco Astolfi Vivan

É servidor do Banco Central do Brasil desde 1994. Atualmente, é chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor). Mestre e bacharel em economia pela Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Até o início de 2024, atuou como chefe do Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro Nacional. Também representou o Brasil em diversos grupos internacionais, tais como Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board, responsável por avaliar as ameaças ao sistema financeiro mundial.

Izabela Moreira Correa

É servidora do Banco Central do Brasil desde 2006 e atual secretária de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União. Foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford e tem doutorado em Governo pela London School of Economics and Political Science (2017).

É mestre em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduada em administração pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.

Nilton José Schneider David

Atualmente, é chefe de Operações de Tesouraria do Banco Bradesco. Tem grande experiência no mercado financeiro, tendo trabalhado em diversas instituições no Brasil e no exterior. É graduado em engenharia de produção pela Escola de Engenharia Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP).

Novo presidente do BC

O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assumirá a presidência do Banco Central a partir de 1º de janeiro de 2025, com o término do mandato do atual presidente Roberto Campos Neto — que foi indicado por Bolsonaro.

No comando do BC, Galípolo terá de enfrentar alguns desafios, como a alta dos juros e o controle da inflação. Atualmente, a taxa Selic está em 11,25% ao ano. Em declarações recentes, ele disse que o atual cenário econômico indica para “juros mais altos por mais tempo”.

ℹ️ Com informações: Metrópoles