Após ação do MPCE, a Prefeitura anunciou que convocará candidatos aprovados em duas seleções públicas para profissionais de assistência social

Por determinação judicial, Prefeitura de Fortaleza convocará profissionais de assistência social
CRAS do bairro do Mucuripe em Fortaleza. Foto: MPCE

Após ação do Ministério Público do Estado do Ceará, a Prefeitura de Fortaleza anunciou que convocará candidatos aprovados em duas seleções públicas para profissionais de assistência social. A convocação obedece a uma decisão judicial publicada em resposta à Ação Civil Pública ajuizada no dia 30 de outubro pela 9ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, dos Conflitos Fundiários e de Defesa da Habitação.

A ACP foi ajuizada contra o município de Fortaleza para que os serviços de assistência social da Secretaria de Direitos Humanos e Defesa Social (SDHDS) fossem retomados, com a contratação dos aprovados em seleção pública da prefeitura. De autoria da promotora de Justiça, Giovana de Melo Araújo, a ação também foi assinada pelos promotores de Justiça, Élder Ximenes Filho, Francisco Romério Pinheiro Landim, Alexandre de Oliveira Alcântara e Eneas Romero de Vasconcelos.

Os profissionais que serão convocados foram aprovados nas seleções dos editais nº 65/2024 e 66/2024. De acordo com a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), os 200 convocados são profissionais das áreas de Terapia Ocupacional, Direito, Pedagogia, Psicologia, Educação Social e Serviço Social. Eles atuarão nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) de Fortaleza.

De acordo com a decisão judicial, a contratação dos profissionais deve estar na Lei Orçamentária do Município e a prefeitura deve também apresentar cronograma para realização de concurso público.

Desde abril

Em abril de 2024, a Prefeitura de Fortaleza publicou os editais nº 65/2024 e 66/2024, para selecionar profissionais para atuarem em equipamentos de assistência social vinculados à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social. Em junho do mesmo ano, a seleção foi homologada. Contudo, os profissionais não foram convocados ou contratados. Em audiência extrajudicial promovida pela 9ª Promotoria de Justiça no dia 2 de outubro, o município informou que o edital de convocação foi encaminhado em julho para a Procuradoria Geral do Município, que no mês seguinte deu parecer não favorável à convocação, em razão do período eleitoral. Porém, há entendimento legislativo que permite a convocação legal.

A principal razão é que a assistência social é serviço inadiável e essencial desde a pandemia de Covid-19, em 2020. Além disso, como o município não fez concurso para a área, a seleção torna-se imprescindível. No entendimento do Ministério Público, a carência de pessoal na SDHDS é patente, pois há somente 49 servidores efetivos. Além disso, os terceirizados contratados realizam funções administrativas, de serviços gerais, atividades-meio e não possuem permissão para desempenhar atividades socioassistenciais.