Entre as irregularidades apontadas pelos órgãos fiscalizadores estão inclusos abuso de poder econômico e político, uso da máquina pública de forma indevida e envolvimento em compra de votos

No Ceará, em cinco municípios, os gestores eleitos em 2024 já têm sofrido impasses jurídicos relacionados que levaram à cassação. Desde janeiro de 2025, quando os prefeitos tomaram posse, o Ministério Público Eleitoral (MPE) tem investigado irregularidades nas campanhas eleitorais de 2024.
A maioria das denúncias foi encabeçada por membros da oposição e variam entre supostos abusos de poder econômico e político, uso da máquina pública de forma indevida ou envolvimento em compra de votos. Apesar de cassados, os gestores seguem nos cargos após recorrerem a instâncias superiores ou apresentarem recursos.
Em decisão mais recente, no final de março, o prefeito de Barroquinha, Jaime Veras (PSD), a vice-prefeita Carmem Lúcia (PSD) e cinco vereadores do PSD tiveram seus diplomas cassados por irregularidades na destinação de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. A decisão de fevereiro de 2025, seria em relação à utilização de recursos que deveriam ser destinados exclusivamente a candidaturas negras e que teriam sido desviados para candidatos brancos nas eleições de 2024.
O prefeito Bel Júnior (PP), de Senador Sá, foi o primeiro a ser cassado, menos de um mês depois de sua posse. No dia 31 de janeiro, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) votou de forma unânime pela cassação de Bel Júnior e da vice-prefeita, Professora Maria (PP). Durante a sessão, os membros do TRE-CE concluíram que os candidatos eleitos cometeram abuso de poder político e econômico na realização do evento "Cavalgada do Bel", em 17 de agosto.
Em Alto Santo, o chefe do Executivo também foi alvo de investigações. Em fevereiro, os diplomas do prefeito Joeni (PP) e da vice-prefeita Genileuda (PT) foram cassados pelo TRE-CE, após decisão ter a maioria dos votos (5 a 2) em sessão plenária. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, os candidatos eleitos cometeram ilícitos eleitorais de abuso de poder político.
Em Barbalha, o prefeito reeleito Guilherme Saraiva (PT) e o vice Vevé Siqueira (PT) tiveram seus mandatos cassados pela 31° Zona Eleitoral do Município, mas ainda ocupam os cargos até o julgamento no Tribunal Regional Eleitoral. A coligação de Antônio Neto (PSDB), adversário da chapa vencedora, denunciou o prefeito e o vice por supostas contratações ilegais no período eleitoral, doação de terrenos e imóveis, realização de obras com possível impacto político e distribuição de benefícios sociais.
Já em Aurora, os mandatos do prefeito Marcone Tavares de Luna (PT) e da vice Glória Maria Ramos Tavares (PSB) foram cassados por suposto abuso de poder político e econômico no pleito de 2024. Entre as acusações estão o uso indevido de maquinário público em propriedades privadas para favorecimento eleitoral, aumento injustificado na folha de pagamento da Prefeitura e concessão de cargos públicos em troca de apoio político.
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